Durante anos, nós (linuxers) sofremos com as investidas da Microsoft contra o Software Livre e os sistemas GNU/Linux. Dentre as ações promovidas pela empresa, destacam-se as propagandas baseadas em FUD (Fear, Uncertainty, and Doubt), as ameaças de processos judiciais com base em patentes de softwares e até mesmo boicotes, para as empresas que ofereciam suporte para o sistema. Mas a partir do momento em que o GNU/Linux mostrou a sua importância na Computação nas Nuvens, a empresa mudou a sua postura e passou a “amar o Linux do fundo do coração”…
“Would you believe Microsoft has announced a new Linux distribution service for its Azure cloud service? You should. For many years, the most popular operating system on Azure has not been Windows Server, it’s been Linux. Last time I checked, in 2024, Azure Linux Platforms Group Program Manager Jack Aboutboul told me that 60% of Azure Marketplace offerings and more than 60% of virtual machine cores use Linux. Those figures mean it’s sensible for Microsoft to make it easier than ever for Linux distributors to release first-class Linux distros on Azure.”
— by ZDNet.
E pelo visto, esta relação continua “firme e forte”: a Microsoft anunciou o lançamento de um serviço para facilitar a disponibilização de distribuições GNU/Linux, por parte das empresas e instituições interessadas em oferecê-las para que possam ser rodadas em instâncias de máquinas virtuais, na plataforma Azure: eis, o Azure Image Testing for Linux (AITL)! O ATIL é baseado no projeto Linux Integration Services Automation (LISA) da Microsoft, que por sua vez foi designado para para validar as imagens e sistema operacional Linux.
O LISA é um sistema de validação de qualidade do Linux que possui duas partes: uma estrutura de teste para orientar a execução dos testes e um conjunto de suítes de teste para verificar a qualidade da distribuição Linux. O LISA agora é de Código Aberto sob a Licença MIT (permissiva, para variar). O sistema permite que sejam estabelecidos testes contínuos de imagens do sistema, abrangendo uma ampla gama de cenários, desde atualizações do kernel até cargas de trabalho complexas nativas da nuvem, destacando-se por ser uma solução integrada.
Isto se deu, em vista da percepção da própria empresa de que 60% das ofertas do Azure Marketplace e mais de 60% dos núcleos de máquinas virtuais, usam GNU/Linux. Por isto, a Microsoft “entendeu” que para garantir o sucesso da sua plataforma, seria fundamental facilitar mais do que nunca para os distribuidores Linux lançarem distribuições GNU/Linux de primeira linha, no Azure. O principal propósito da empresa com esta iniciativa, será de se tornar o Azure a principal nuvem para cargas de trabalho GNU/Linux, integrando projetos de Código Aberto e colaborando ativamente com a comunidade GNU/Linux em geral.
Amando ou não o Tux, com certeza esta é uma relação para lá de estranha… &;-D