As placas de vídeo mais icônicas da história da computação gráfica!

Visão geral

Qual a mais poderosa placa de vídeo disponível no mercado? Quanto ela custará? Ou ainda, será que ela é capaz de rodar Crisis com todas as configurações visuais “no talo”? Eis, as perguntas frequentemente feitas em sites especializados, listas e fóruns de discussão, sobre o mercado das placas gráficas. Durante estes +25 anos de existência, as placas de expansão se tornaram a protagonista nas definições do PC desktop ideal para jogos. Inclusive, conheço muitos jogadores que montam o equipamento em função da placa, ao invés do contrário! 🙂

O mesmo também se dá para as placas voltadas para o mercado de entrada e intermediário. Já vi muitos modelos básicos que me surpreenderam, ao entregar uma performance decente para rodar alguns jogos na definição média (apesar da necessidade de reduzir a resolução), ao passo que outros modelos intermediários não só conseguiam executar jogos modernos em ótimas definições, como também ofereciam performances próximas as obtidas com modelos mais avançados, além de entregar uma relação custo vs benefício imbatível!

Então, quais foram os modelos que marcaram época e se tornaram em seu tempo, as placas de vídeo mais icônicas do mercado? A seguir, teremos uma seleção básica de 5 GPUs e as suas respectivas placas gráficas que (na minha opinião) foram especiais em suas épocas, por entregarem um conjunto único de especificações, atributos e design, tornando-as um marco no seu tempo! E para ser “justo” e evitar reclamações por priorizar uma ou outra marca, irei incluir para cada categoria, um fabricante distinto (embora isto me obrigue a deixar alguns importantes modelos de fora).

As placas icônicas…

1: Voodoo Graphics PCI

Diamond Monster 3D.

Na metade dos anos 90, o mercado de placas aceleradoras gráficas ainda estava engatinhando e por isto, algumas empresas recém-fundadas estavam lançando os seus primeiros produtos. Uma delas foi a saudosa 3dfx, que lançou a GPU Voodoo 1, que por sua vez equipou várias placas gráficas de diferentes fabricantes, com destaque para a Diamond Multimedia e a sua Monster3D. Esta placa se destacava por dispor de 4 MB de RAM e sua unidade gráfica operar a 50 MHz, embora não oferecesse funções para a geração de imagens 2D e por isto, necessitava ser acoplada a uma placa de vídeo “tradicional”, através de um cabo especial. Na época, muitos jogadores apreciaram as suas maravilhas gráficas, através de jogos modernos como Quake e Unreal!

2: nVidia Geforce 256

VisionTek Geforce 256 DDR.

No final de 1999, a nVidia lançou a sua primeira placa gráfica da série Geforce: a 256. Embora não tenha sido considerada a placa mais poderosa ou mesmo a mais popular, a Geforce 256 trazia alguns diferenciais interessantes, como o suporte para a tecnologia T&L (Transform & Lighting), que por sua vez entregou ótimos ganhos de performance, mesmo com a utilização de sistemas com CPUs de entrada (desde que os jogos suportassem a tecnologia em questão), além de promover a sua entrada no mercado de CAD com uma versão customizada, chamada Quadro. As placas gráficas baseadas nesta GPU também eram oferecidas em duas versões, de acordo com a memória RAM adotada: SDR e DDR.

3: ATI Radeon 256 DDR

Sapphire Radeon 256 DDR.

Em 2000, a ATI lançou uma nova linha de placas gráficas completamente reformuladas, para enfrentar as placas produzidas pela 3dfx, a nVidia e a Matrox, além das demais concorrentes na época. A série Radeon 7000 era baseada na arquitetura R100 e oferecia GPUs para equipar placas de 3 segmentos: entrada (7000, VE e LE), intermediária (7200 DDR e SDR) e por fim, a avançada (7500LE). Esta última era dotada de 32 MB de memória RAM e recebeu o suporte para tecnologias inovadoras para a época, como a T&L (Transform & Lighting) e HyperZ (sendo esta última voltada para a compressão de dados no Z-buffer, desenvolvida por ela própria). No mercado, recebeu o nome Radeon 256 DDR, com o objetivo de se equiparar a nVidia Geforce 256, que na época era reconhecida como uma placa gráfica de grande potencial.

4: Matrox Millenium G450

Matrox Millenium G450.

A Matrox G400 foi uma placa high-end lançada em 1999 e na época, competia com nomes fortes no mercado, como a 3DFx (Voodoo) e a nVidia (Geforce). Por isto, apesar de apresentar uma excelente performance, a sua relação custo vs benefício não era das melhores, em vista do alto custo da placa. Então, a Matrox resolveu lançar a linha G450, que diferente da placa anterior, optou por por reduzir o canal de memória para apenas 64 bits e utilizar apenas 32 MB de RAM. No entanto, a redução da litografica e a adoção de memórias DDR compensou as limitações do canal, possibilitando trazer para o mercado uma excelente placa com desempenho aceitável, ao mesmo tempo em que reduzia os custos de produção, dada a simplicidade do design. A sua GPU era baseada na arquitetura PowerVR e embora fosse o carro-chefe da companhia na época, não suportava tecnologias modernas como o T&L.

5: Creative 3D Blaster

Creative 3D Blaster.

Para muitos, a Creative obteve um relativo sucesso, por oferecer boas placas gráficas baseadas nas GPUs Voodoo e juntamente com a Diamond, se tornaram os fabricantes preferidos para aqueles que desejavam uma placa aceleradora. No entanto, poucos sabem que lá em meados de 1996, ela também produziu placas para uma GPU não tão “badalada”: a Rendition Verité V1000. Esta GPU, apesar de ser designada para o mercado de baixo custo, foi a primeira a oferecer aceleração gráfica o badalado FPS Quake (um dos primeiros jogos “3D de verdade”), já que na época trabalhou diretamente com os criadores do jogo para prover todo o suporte adequado. Mantendo especificações até “equivalentes”, as placas baseadas nesta GPU eram geralmente vendidas a preços mais em conta, se comparadas com as placas baseadas nas GPUs da 3dfx.

Placas que merecem destaque…

nVidia Geforce 3060 TI

MSI Aero Geforce 3060 TI.

Para mim, uma placa que merece um destaque especial é a nVidia Geforce 3060 TI, por ser uma placa que se situa entre as classes mainstream e high-end e oferece especificações dignas de respeito, ao mesmo tempo em que possui um custo bastante acessível para a sua categoria. Destaca-se o barramento de 256 bits (geralmente disponível somente para as placas high-end), o suporte ao Ray-Tracing e a utilização de memórias GDDR6, além da boa quantidade de 8 GB de VRAM. Apesar de não ser apta para rodar jogos em definição 4K (2160p), ela entrega performance mais que suficiente para as definições QHD (1440p) e obviamente, Full-HD (1080p). Na minha opinião, esta placa encabeçará o ranking top de vendas!

Intel DG1

Asus DG1-4G.

Por muitos anos, a nVidia e a AMD/ATI protagonizaram uma dura concorrência, no que concerne a liderança no segmento das placas de vídeo mais poderosas no mercado. No entanto, a Intel é a empresa que lidera em termos de volume de vendas, graças a integração de seus IGPs aos processadores da empresa. Porém, há tempos ela pretende retornar a este mercado, embora tenha lançado apenas uma única placa (a Intel i740) e esta não tenha alcançado o sucesso desejado (e por isto, não consta nesta lista). Atualmente, já temos as novas placas gráficas baseadas na arquitetura Intel Xe e a Intel Iris Xe Max (conhecida popularmente como DG1), que se tornaram a investida deste fabricante, embora seja um produto com especificações de entrada e voltada para o segmento de OEM (integradores).

Conclusão

Durante muitos anos, acompanhei a evolução dos PCs desktops (com uma atenção especial para as placas de vídeo), em vista do meu entusiasmo pelos jogos de tiro em 1a. pessoa (destaque para os clássicos Quake, Unreal e Halo). Porém, com o passar dos anos, a evolução dos consoles de videogames e a sua praticidade, acabou me fazendo perder o entusiasmo pelos PCs desktops designados para jogos, por serem caros e nem sempre atenderem as minhas perspectivas. Ainda assim, continuo acompanhando o mercado e apreciando as novidades relacionadas a esta área, com destaque para os equipamentos básicos e intermediários.

O que esperar das próximas gerações de placas de vídeo? Será que continuaremos nesta exaustiva corrida armamentista, na qual os fabricantes lançam novos produtos todos os anos, apenas acrescentando mais poder de processamento, otimizações de arquitetura e memória RAM, porém não oferecendo mais inovações tecnológicas mais interessantes? Inclusive, as GPUs poderiam ser melhor utilizadas para vários propósitos, além de geração de gráficos 3D: cálculos matemáticos avançados, criptografia de dados e processamento de instruções de IA, são algumas das mais conhecidas. Mas até o momento, estas aplicações ainda continuam sendo reservadas para segmentos especializados, ao invés de se encontrarem disponíveis para os “meros mortais”

Quem sabe, veremos as CPUs e GPUs se integrarem “de vez”! &;-D

Referências